domingo, 26 de setembro de 2010

ENEARTE 2010



Neste sábado, dia 25-09-2010, retornamos da linda cidade de Ouro Preto (MG) onde participamos do XIV Encontro Nacional dos Estudantes de Arte (ENEARTE) apresentando nossa pesquisa científica “Da Negação do Amor: Um Estudo da Anatomia Emocional das Personagens da peça Dorotéia de Nelson Rodrigues” - através da apresentação de uma célula do espetáculo DOROTÉIA, seguida de explanação e debate público.

Durante a semana do encontro (de 19 a 25 de Setembro), participamos da oficina: Carimbó: Dançando a Diversidade Cultural Amazônica, da palestra: Políticas de Cultura: das Origens a Atualidade, assistimos a peças de teatro e dança e apresentações de pesquisas científicas, ouvimos muita música, realizamos a Lavagem da Rua Bauxita e o Ato Público, visitamos o Museu da Inconfidência, mas, principalmente, entramos em contato com estudantes de arte vindos de várias partes do Brasil, com os quais pudemos discutir, conversar e aprender.

Agradecemos à organização do XIV ENEARTE, que superou dificuldades encontradas e pôde nos oferecer um encontro frutífero, apesar de todos os problemas estruturais. Ao Ministério da Cultura, a Federação Nacional dos Estudantes de Arte (FENEARTE) e a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) pela realização. A coordenadora Ana Carolina Fialho de Abreu e aos demais alunos do curso de Artes Cênicas da UFOP, pela dedicação e compromisso com que se envolveram na realização do encontro. Aos meninos da República Copo Sujo, que nos receberam com muito carinho e cuidado e a toda a cidade de Ouro Preto, por abrigar esse evento tão importante para nós, estudantes de arte.

Para o Panacéia Delirante, a experiência foi, sem dúvida, uma grande oportunidade de intercâmbio. Retornamos da viagem muito felizes pela nossa contribuição para o XIV ENEARTE – Ouro Preto (MG) 2010 e pela contribuição desse encontro para a nossa pesquisa.

Entretanto, ainda há muito por fazer para que o ENCONTRO proposto pelo projeto se realize com todo o seu potencial de discussão e dialogo e organize, objetivamente, o poder de articulação dos estudantes de arte do país. Para tanto, a principal mudança precisa vir dos próprios estudantes que não aproveitam e não valorizam o maravilhoso espaço de encontro promovido pelo ENEARTE. O resultado disso são palestras, debates e plenárias vazias, enquanto os pontos turísticos estão cheios, são os atrasos desrespeitosos e freqüentes com os quais as atividades são realizadas e o desleixo com que muitas oficinas foram ministradas.

Fica o apelo para que as próximas coordenações do evento se atentem para esses fatos e descubram mecanismos de superá-los: aumentando e valorizando os espaços de discussão e debate, realizando uma avaliação das oficinas (pelos participantes) e de todas as demais atividades, para evitar que ‘oficineiros’, palestrantes e organizadores descompromissados e ausentes possam retornar ao evento através de projetos aprovados.

Por fim, não poderíamos deixar de declarar o nosso repudio às praticas discriminatórias, segregacionistas e homofóbicas realizadas por grande parte dos estudantes que vivem na cidade de Ouro Preto: é inadmissível que o Governo Federal e a população continue aceitando o sistema de seleção dos integrantes das republicas federais - que não se utilizam de critérios socioeconômicos -, as 'provas' desrespeitosas e humilhantes pelas quais os calouros (chamados de ‘bixos”) são obrigados a passar para integrar as repúblicas da cidade e a tradição homofóbica de, orgulhosamente, colocar tecidos negros na entrada das republicas durante os dias da Parada Gay, como sinal de “luto”.

Estas praticas são motivo de vergonha para uma cidade tão linda, repleta de estudantes que deveriam se orgulhar de promover amplos diálogos e não de difundir e consolidar atitudes conservadoras, antiquadas e ultrapassadas. Intervenção, já! Nós, estudantes, e a sociedade brasileira em geral, não podemos mais permitir esses tipo de comportamento, que só atrasa o desenvolvimento social e político do nosso país!

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