terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Um intérprete do tempo - artigo por Hebe Alves


PROGRAMA BNB DE CULTURA – EDIÇÃO 2011 – PARCERIA BNDES

PROJETO: PANACÉIA VIAJANTE, CIRCULAÇÃO DO ESPETÁCULO DOROTÉIA


UM INTÉRPRETE DO TEMPO








Artigo apresentado ao Programa BNB
de Cultura - Edição 2011 - e ao BNDES,
resultante do projeto Panacéia Viajante,
Circulação do Espetáculo Dorotéia.






RESUMO

A troca de experiência é fator de ampliação de horizontes e o intercâmbio figura no rol dos fatores de decisiva influência em processos de mudanças no âmbito teatral. O conhecimento produzido por meio do contato com práticas artísticas diversas conduz à percepção de novos modos de configuração cênica. O espaço da criação teatral é dotado de uma força que lhe vem da própria função: o da exposição, o de se organizar para o olhar do outro. Vale lembrar que a encenação teatral labora sobre uma matéria muito delicada que é o ator em sua totalidade. Ele é o mediador de um debate acerca da trajetória humana que se processa quando artistas e técnicos, reunidos em um espaço comum, se dedicam às considerações estimuladas pelas circunstâncias apresentadas pelo espetáculo. A diversidade de públicos e razões da permanência do teatro como manifestação artística de inquestionável valor para o entendimento do homem, ampara a afirmativa de que a discussão sobre os modos de atuação do ator de teatro não se esgota. A promoção de eventos, como oficinas de teatro e palestras, cria uma dinâmica notável no processo de desenvolvimento artístico de uma maneira geral, tanto por meio da diversificação de veículos de difusão de seu trabalho, quanto por intermédio de seu engajamento em projetos de natureza artístico cultural nos quais se propõe uma reflexão sobre dado tema ou procedimento técnico. Isto compreende um trabalho de consequente articulação de um claro projeto de atuação e ampla compreensão dos temas abordados a cada novo espetáculo. Como co-criador, é tarefa do ator desenvolver uma particular percepção do texto, do desenho cênico da cena e, também, ser capaz de integrar todos os elementos da montagem através do entendimento da proposta cênica em construção. O ator é também seu autor.

Palavras-Chave: Formação do ator; conhecimento; intercâmbio; público.



Sobre a autora:
Hebe Alves é professora da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia. Docente Permanente do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFBA. Mestre (2001) e Doutora em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (2008), com Doutorado-Sanduíche na Universidade de Nanterre - França. Bacharel em Direção Teatral. Tem recebido diversos prêmios, ao longo de sua carreira: Prêmio Braskem de Teatro Homenagem Especial em 2008, pelo conjunto da obra; Prêmio Braskem de Teatro melhor espetáculo de Teatro em 2009, com o espetáculo teatral Uma vez, nada mais , cuja atriz recebeu o prêmio de Melhor Atriz. Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Interpretação e Direção Teatrais, atuando principalmente nos seguintes temas: espetáculo teatral, ensino, pesquisa, extensão, teatro e montagens didáticas.


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